In Cotidiano

Um passo para frente e dois para trás


A vida é uma dança com ritmos diversos e escolhidos por nós. Às vezes, por necessidade, dançamos o ritmo que colocam no ambiente e nas relações. E lá estamos nós, ecléticos dançarinos e nem sempre nos passos certos. 

Dançar não é um problema. Ouvir música? Menos ainda. O que me assusta, entristece e indigna é definirem, por aí, um ritmo único para que todos dancem até sangrar os pés, desmaiar de cansaço ou, simplesmente, pisar um no outro. Aqueles que têm o poder de colocarem um ritmo, não se atêm às aptidões alheias. Ora têm aqueles que não sabem valsar, mas têm o molejo; ou os que não têm o molejo, mas sabem tango. 

Percebem a importância de dar um passo para frente? Não entendo o motivo dos dançarinos antigos, que já ouviram tantas canções, continuarem dando passos para trás, como se apenas os movimentos deles tivessem importância. Ou se os passos modernos, novos ritmos ou interpretações não tivessem tanto valor quanto os que foram ensinados. E quem não acredita que pode ser original em algo, comete equívocos todos os dias. Paira na mediocridade do achismo e na prisão do passado, em achar que só o que foi feito lá atrás é que conta. Fujam dessas amarradas! Dancem! Dancem para si, mesmo que digam não ser o mais bonito, o mais correto. 

Cada um com seu movimento. Cada um com seu momento. Cada um com seu ritmo. A gente pode dançar conforme a música (de outros), mas o nosso próprio ritmo ninguém tira. 

Dois passos para frente! Os que ficaram presos, para trás!

Por Camila K. Ferreira 

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