In amapá arte desenho Entrevista

Ed Art - papéis, lápis, desenhos e rock´n roll

Ed Art se inspira no cinema de terror, rock´n roll e subcultura para desenhar

Arte é algo tão amplo e que toca cada pessoa de uma maneira diferente e além disso, você consegue olhar um pouco da alma do artista e as mensagens que ele passa conscientemente ou não. Quando você observa os trabalhos de Ed Art, este artista com raizes santanenses ou como ele mesmo diz, Santana City, Amapá, é possivel se conectar com um mundo criativo, underground e cheio de personalidade. Me encantei! É claro que depois de admirar toda a galeria de desenhos que ele tem no instagram, não podia deixar de conhecer mais de Edvaldo do Nascimento Carvalho, conhecido como Ed Carvalho ou Ed Art, 31 anos. 



Espia a conversa que tivemos e conheça um pouco mais do ser/alma/arte/humano.


Espia: Como foi que o desenho começou a ser parte da sua rotina? 

Ed: Eu desenho desde muito jovem. Era uma criança produtiva, criativa, apesar de ser muito tímido. Acho que a arte já nasce com a pessoa e ela busca formas de externá-la. Apesar de minha família ser origem muito (muuuuito) humilde, minha mãe sempre deu um jeito de me comprar materiais, ainda que fossem os mais baratos. Cresci então entre papéis, lápis de cor, giz de cera, canetas...eu passava (literalmente) o dia todo desenhando. 

Espia: Você chegou a estudar arte / design ou é autodidata?

Ed: Eu sou formado em Artes Visuais, pela Unifap, mas quem fez o curso sabe que ele é muita mais teoria do que prática. Porém conhecer sobre a história da arte e as técnicas, a filosofia, os materiais da arte, tudo isso me acrescentou como artista. Ainda assim eu me considero autodidata por ter começado a praticar desenho desde criança, como relatado anteriormente. 

Espia: De onde vem a inspiração de traços mais undergrounds? 

Ed: Essa preferência estética vem muito do meu gosto musical. Eu desde muito jovem ouço rock e música alternativa num geral. Vem também do cinema de terror, da literatura fantástica e do meu fascínio pela subcultura em geral. Até na hora de me vestir eu prefiro o preto e branco, uma imagem um tanto quanto diferente em meio á multidão. Mas o projeto do instagram @edart86 em si é uma válvula de escape. Estou passando por uma fase difícil de minha vida e eu joguei o peso das angústias em cima da arte. Sinto-me mais leve quando desenho algo que eu quero repassar ao mundo, o que me atormenta, me incomoda. Tenho abordado até mesmo sobre o empoderamento feminino (um pouco, pois sou homem e não me acho capaz de saber como as mulheres pensam). Isso tudo combina com a estética underground. Eu passei quase 8 anos sem desenhar. Um dia disse à uma namorada: eu desenho sabia? Desenhei uma caveira e ela disse que meu desenho tinha personalidade. Eu fui fazendo desenhos neste estilo e guardando numa caixa. Ela me disse então que o mundo merecia ver isso. De início eu achei isso absurdo, por considerar uma arte estranha (risos). Não demorou para muita gente curtir, comentar, compartilhar. Estou feliz por conversar com as pessoas através da arte. Agradecerei sempre à esta pessoa que me incentivou a divulgar minhas ilustrações. 




Espia: Conta um pouco do seu processo criativo. Você demora quanto tempo em média para finalizar cada trabalho? 

Ed: As pessoas não acreditam, mas geralmente levo de meia à uma hora. Eu fiz uma transmissão ao vivo pelo instagram mostrando o passo a passo. É bem básico. Uso papel especial, nele eu faço o rascunho à grafite ou lápis 2b. A seguir eu uso ou a caneta de Ponta porosa 1,0 m, ou 0,4, 0.7, dependendo do desenho. Sempre faço um contorno externo com a Staedler 1.2 e por fim uso vários tipos de marcador permanente preto para preencher as áreas que deveriam ter cor. 

Espia: Quais são as suas principais influências? Elas são as mesmas desde a época que você começou até hoje em dia?

Ed: Minhas influências mudaram muito. Eram no começo o univero das HQs. Hoje eu me inspiro nos desenhistas underground que vejo pelo instagram, nos surrealistas, nos tatuadores que fazem blackwork (trabalho em preto) e nas imagens mentais que eu formo ouvindo rock, metal e música em geral. 

Espia: Tem novos projetos ou exposições em vista? Conta para a gente. 

Vou ser bem sincero quanto a exposições. O Amapá ainda está na era das cavernas do pensamento artístico. Aqui, se você não pinta paisagens ribeirinhas você não tem vez. Somos miseráveis em fomento a cultura e ficamos presos a uma ou outra programação com cartas marcadas, todas as vezes. Eu vejo uma pequena revolução nos coletivos underground, na galera que tá lutando aí pelos submundos da vida. Quem sabe por estes caminhos eu organize uma exposição. Mas não faz partes dos planos agora. Quanto a novos projetos, eu já iniciei a venda de camisetas. Tá daquele jeito (risos) tudo muito punk ainda, mas logo vou me organizar. Tenho uma parceria com a Carol Pessoa e em muito breve as pessoas terão novidades aí. 





Espia: E quem quiser um desenho exclusivo ou saber mais de você, pode acessar onde? 

Ed: Quem quiser, acesse por favor o instagram @edart86 instagram.com/edart86 e me chame no direct. A pessoa tem mais de 200 opções de ilustraçoes para comprar ou pedir que esta seja estampada numa camiseta. Se quiser pode sugerir uma ideia que eu a desenharei. Eu amo desenhar. Acessem lá! Agradeço de coração ao blog pelo interesse em me entrevistar. Agradeço aos meus seguidores e ao carinho que têm por mim. Agradeço ao apoio e incentivo de minha família e amigos e agradeço acima de tudo a Deus pelo dom da arte. É isso aí, galera. Fé em Deus e Rock N Roll. 




Nota do blog : Ed, nós que agradecemos por nos salvar todos os dias com sua arte! 

Por Camila K. Ferreira 

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