In Cotidiano

Ser o último também vale


Vencer cansa. Buscar meios para chegar no topo cansa. Querer primeiro cansa. Precisamos aceitar que há dias em que o ser o último também é um ganho e que não chegar lá também tem suas vitórias inclusas. 


Toda largada é livre e não pede nada mais do que rapidez. O meio do percurso é para os mais preparados e decididos. A chegada sempre será dos mais empenhados, os vencedores.


Quanta estupidez! Toda corrida é um exercício de união mental e física em que o único concorrente que precisamos derrotar somos nós mesmos; vencer cansaço, frustração, desinteresse, raiva, tristeza, angústia... a corrida nem sempre é de quem acelerou na largada, às vezes a corrida é do mais bem preparado durante o percurso aquele que que poupou tempo no início para se dedicar ao resto do caminho. 

São conexões entre corpo e mente que nos elevam à padrões maiores afim de erguermos as mãos como grandes campeões em conjunto com a respiração profunda de quem conseguiu a tempo se reerguer. Correr requer muito mais que velocidade. Correr precisa de estratégia e dinâmica. 


Nem sempre seremos os vencedores e os que atingem o topo alto no pódio, porém, de alguma forma, estaremos correndo. Com paradas ou não o importante é querer chegar em algum lugar, na nossa velocidade, no nosso tempo, do nosso jeito.

Se você, assim como eu, está num momento de contemplação do percurso, não se culpe! Estique seu corpo, tranquilize seus pensamentos, olhe para dentro de si e entenda: o importante é chegar no final desejado de acordo com o seu tempo.

Seu tempo.

Ilustração: Tadahiro Uesugi

Por May Sousa 

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