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O diálogo com o novo continua raso


Sou uma apreciadora da moda, do estudo sobre o tema, e para mim, ela vai sempre muito além do consumo. Moda é muito mais do que look do dia ou tentar usar um mesmo conjunto de roupas de formas diferentes. Procuro sempre estudar a respeito e ficar informada, assim compartilho aqui com vocês as minhas impressões e acontece aquele diálogo (mesmo que silencioso), e já faz um tempo que não surge nenhum estilista notável ou uma coleção que os fast fashion correram para colocar nas vitrines porque é sensacional. 

E logo fiz uma comparação com a questão do diálogo entre os que já estão há muitos anos no mercado e aqueles que encaram agora esta peleja. Explico. 

No caso da moda, os estilistas em grande maioria não pensam tal como a geração millenials, apenas porque não existe nenhum millenial ocupando um cargo de estilista, e estes que o ocupam, por serem de outra geração, têm outro pensamento e outra visão, por mais que tentem se conectar. E porque as marcas não abrem espaço para isso? Eis a contradição: o mercado aposta nos jovens mas não confia neles o suficiente para entregar o comando. Ou quando entregam, é de forma rasa. Eles não apostam 100% mesmo pagando de inovadores. 

Esta semana falei da minha ânsia por algo novo, e não sei quando aconteceu, talvez seja essa falta de conexão ou este tal espaço que falta para oportunidades e ideias novas. Ou o fato de ver os mesmos líderes quase sempre agindo e pensando como 20 anos atrás, e prezando pelo que há de mais arcaico. 

A crítica de moda, Cathy Horyn, durante entrevista disse: "Falta esse sangue novo nas grandes maisons. O problema é bem claro: ninguém olha para o futuro. Ninguém olha para o que ainda pode ser feito. Olha-se apenas para o que já está aí, executado à exaustão".

Precisa dizer mais alguma coisa? Não se trata apenas das grandes maisons, trago essa inquietação para o mercado de trabalho, cultural, artístico de Macapá. Sei que isso está nas mãos de cada um, mudar, inovar, transformar. Porém, infelizmente, a "faca e o queijo" geralmente estão nas mãos de quem só quer ficar ali, bem acomodado e "mudar está fora de cogitação". 

O "novo" traz uma sensação de perigo, dá um certo medo. Mudar é simples, só não é fácil. Volto a dizer que o look do dia é o que menos importa para a moda, e levando isso para o dia a dia, se importar com o que os outros dizem é o que menos faz diferença na sua vida. Te convido a fazer o novo! Sem copiar, sem pegar a ideia de alguém e julgar que pode fazer melhor. Faça o que VOCÊ sente. Inspirações são importantes, mas no fim o que conta é a sua verdade. Ah, existe um preço para isso, cabe a você decidir se paga ou não. 

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