In Música Series

Assistir séries muda nossa perspectiva de qualquer coisa


O título desse texto parece ingenuo mas não é. Tirei o domingo para ouvir música e me deparei com um álbum do The Cure, o Desintegration. Nunca fui muito fã da banda e os hits que tocam até hoje nos bares de Macapá, me irritam. Comecei a ouvir The Cure com outra perspectiva depois que assisti a série One Tree Hill, que conheci via SBT com o título de "Lances da vida" (e não consegui mais assistir porque a emissora cortou na 2ª temporada) e completei a maratona de 9 temporadas em 2014, quando consegui acompanhar tudo graças ao torrent e comunidades do orkut. Lá The Cure é a banda favorita de uma das protagonistas, que é colecionadora de vinis e tem o quarto dos meus sonhos, com uma sala cheia de clássicos de vários estilos. 



A trilha sonora é um dos destaques da série além das citações de grandes nomes da literadura mundial. O peso emocional que esta produção tem para mim é gigante. Reassisto sempre que posso e cada vez descubro músicas, escritores diferentes e também perspectivas. 

Todos os personagens tem uma inspiração única e um ar melancólico que combinava com quem eu era quando acompanhei a série em tempo real. Hoje em dia, assisto para matar a saudade. Me senti meio orfã desde que acabou e ainda não consegui me conectar tanto com outra série como aconteceu com OTH. Mas voltando a nós e a conversa que iniciei ali em cima, o fato de eu não ser fã de The Cure, mudou no momento que procurei uma das músicas que ouvi num dos episódios da série e achei o álbum inteiro. A música "Pictures of you", fez com que acontecesse a mágica quando ouvi e isso me levou a todas as músicas que acompanham o álbum Desintegration. Nada mais que um clássico atemporal. Deu até vontade de ir num show da banda só para ter a experiência de ouvir ao vivo todas estas músicas incríveis. 




Engraçado pensar que na época de lançamento do álbum, em 1989, ele era considerado um disco pop! Certo, sei que o pop mudou, ganhou novos ares, que fico entre o amor e o desamor. O lance para mim é que, quase 29 anos depois, mudei minha perspectiva musical sobre uma banda que nunca tive tanto interesse assim. E para mim, música tem a ver com estado de espírito, maturidade e outros crescimentos internos que te permitem ouvir músicas de outra forma. Então, não dá para dizer que você nunca vai gostar de tal som. O tempo as vezes é ironico com nossas afirmações. Em 2014, ouvi apenas uma música, num contexto, e agora ouço o álbum Desintegration todo e posso dizer que é um álbum que quero ter na minha coleção. Logo eu, que odeio ouvir "Just like haven" por aí. Mas se tocar, eu danço. 

E minha perspectiva é outra depois de One Tree Hill, não tenho dúvidas. 


Por Camila K. Ferreira 

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