Na maioria das vezes nos julgamos pequenos para o tanto de vida que nos cabe; é como se o oceano procurasse lugar em um copo de plástico.
Conheço pessoas intensas, e outras nem tanto. Conheço pessoas velozes, outras nem tanto. Conheço pessoas astutas, outras nem tanto. Conheço pessoas que fingem que amam, outras nem tanto. Vivemos conhecendo gente ajustando-as em nossa fita métrica do bom senso, bom costume e boa convivência como se dependesse apenas de nossas medidas o bem estar alheio; mesmo que involuntariamente, costuramos o outro de acordo com o molde que temos nas mãos: nós mesmos. É difícil admitir isto e continuar escrevendo, acusando o ego dos seus delitos, afinal, somos seres narcisos que se apaixonam por sua própria silhueta afim de erguer um altar para si, mesmo não sabendo lidar com confrontos e reflexos claros.
A covardia nos consome! Todavia, há antídoto contra este mal e o acesso é livre. A vida do outro não nos corresponde mesmo que aconteça debaixo dos nossos olhos e na palma de nossas mãos. Não somos propriedade exclusiva de ninguém, é um erro cortar um braço para caber em um molde que não nos recebe por inteiro, assim como também, é errado influenciar o corte de uma cabeça para que não haja raciocínio sobre essa decisão; entende? Não cabemos em ninguém! Tudo que está fora, numa vida alheia, nos usos e desusos de um outro indivíduo não diz respeito às nossas escolhas. Vivemos numa geração que prega o amor a si mesmo de acordo com o amor do outro, onde bocas são preenchidas com botox por influência de mulher x ou y que por sua vez nunca teria aquela boca se não fosse a toxicina. Um ciclo vicioso de mentiras que nos amortecem momentaneamente matando nossa origem, apagando das nossas mentes o quanto somos profundos e intensos, o recipiente justo para o oceano!
Com o tempo vamos nos transformando naquilo que juramos destruir, embora boa parte consiga reverter esse castigo, alguns ficam para sempre perdidos na caverna escura do eu querendo comandar o reflexo turvo da vida real. Precisamos dar mais valor à quem somos exercitando um olhar individual sem impôr nada para ninguém, mesmo que em nossos cálculos o lugar seja raso demais para receber o oceano precisamos ajudar a cavar mais profundo ao invés de assistir o afogamento do colega do lado.
Todos os dias somos apresentados a situações complicadas em que incentivar o outro é a única saída possível, então, mesmo que o lugar seja estreito e razoável, olhe mais de perto e procure a profundidade. O fundo a gente só enxerga quando se arremessa no infinito.
Conheço pessoas ruins e egoístas, outras nem tanto e é nessas que deposito a certeza de que o oceano é feito sob medida para todos nós.
Você é do tamanho do seu oceano, acredite nisso!
Por Mayrlla Sousa
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