A gente fala muito de semancol, de autocrítica, autoavaliação, entre outras coisas que podemos fazer por nós mesmos e todas elas nos dão bons resultados, geralmente. Sei que andei sumida aqui do blog e já conversei com vocês sobre isso e o fato de escrever aqui novamente é o que me dá liberdade de faze-lo apenas quando sinto que tenho algo a compartilhar.
Mas falando do semancol, que é uma expressão bem usada por todos na tradução livre de: "te manca", "te orienta" e sempre queremos oferecer essa dose para alguém como uma pílula para resolver um determinado problema. Seja ele um comportamento/atitude, palavras e ações contínuas. Aí a gente usa: "Ah um semancol!" Ou que a pessoa (ou nós mesmos) estamos precisando desse remedinho meio amargo.
E digo isso porque já passei muito tempo achando que era o outro que precisava desse semancol e na verdade, eu é que deveria tomar uma dose. Não é fácil para de julgar, apontar e culpar o outro mas a gente pode tentar. E foi o que resolvi fazer. O que estava me chateando, incomodando, lá estava eu, atribuindo ao outro, o fulano, o ciclano. E de repente, me dei conta que o comportamento do outro é medido muitas vezes pela nossa reação. E a minha era sempre a pior. Afinal, não aguento certas coisas, porém, qual era meu limite para isso?
Ainda não sabia que poderia existir uma "cápsula" protetora, um escudo invisível pra gente se blindar de tais comportamentos. E quando me dei conta disso, comecei a ficar saudável novamente. Não deixei de querer um trabalho perfeito, silêncio e pontualidade. Só que agora levo isso consideração de forma diferente. Se o outro não busca isso, é um problema dele, não meu. O que esperava é que a pessoa tomasse a "minha causa" como se fosse dela. E não faz sentido.
O que acredito e cultivo, é algo pessoal, individual, semelhante ao de outros, nunca igual. Se encontro alguém que sinta igual, ótimo, vamos lá, fora isso, cada um tem sua própria jornada e desenvolve prioridades diferentes. Veja bem, não é aceitar pacificamente atitudes escrotas, imbecilidades e assédio moral e sim perceber que, o que você nota e se incomoda em alguém, para outros é "normal" e essas mesmas pessoas tem seus "pares", seus "semelhantes", assim como temos os nossos. E assim por diante.
Vamos parar de demonizar nossos sentimentos. Sentir raiva, fúria, indignação, incomodo, fazem parte da nossa experiencia emocional. E o mais importante, não culpar sempre o outro por isso. Semancol está mais para bom senso e isso ainda é de graça. Basta pegar em qualquer prateleira da reflexão.
Camila K. Ferreira
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