Este final de semana tirei para assistir festivais de heavy metal e documentários, entre eles: Rock Har Festival, Rockpalast, doc do Metallica "Some kind of monster" (tem no Netflix) e os clipes do Rage Against the machine + entrevistas. Foi um final de semana de informação musical, pois apenas amo e muito.
Deu uma saudade de ouvir estas bandas e saudade também daquele momento em que o som e as letras tinham uma sinergia que alcançava muita gente de maneira profunda. Os festivais que citei são voltados para bandas de heavy metal e suas vertentes, tenho um sonho de ir em qualquer um deles com pelo menos duas bandas que gosto na programação. E dá pra perceber que as pessoas vão mesmo pelo som, para curtir, para sacar a banda, como os caras tocam, quais instrumentos eles tocam e etc, é algo bonito de ver. O mais incrível é que não tinha quase ninguém com celular filmando. Achei o máximo!
Sim, eu amo a tecnologia, sempre falo isso, mas certos momentos, a tecnologia é dispensável. E num show de qualidade é um desses casos. Até porque não dá tempo de pensar em celular, você quer bater cabeça até o fim! Extravazar e aproveitar. A música me proporciona isso muitas vezes, extravazar essas raivas e indignações que temos que aguentar calados.
E é aí que entra o documentário do Metallica. Um projeto feito para mostrar ao mundo que ter banda não é fácil. E quando ela chega ao topo é pior ainda. Lá mostra também os problemas que James Hetfild teve que enfrentar e colocar toda essa fúria na música e na voz. Adoro o jeito que ele canta, traduz o que sinto. "Some kind of monster" também mostra que o batera é um chato e o guitarra e o baixista dão equilíbrio para a banda. Neste caso, acho que sou James Hetfild, ainda tentando lidar com todas as minhas fúrias.
Por isso, toda essa nostalgia e mecanismos de lidar com a fúria me levaram ao Rage Against the machine. Que banda, meus amigos! O vocalista Zack de la Rocha tem uma postura e voz única. As letras do RATM também influenciaram muito minhas ideias e entendimentos. Me sinto muito grata por isso. Tive boas válvulas de escape e a arte me proporcionou conhecer artistas que tinham algo pra dizer e ouvi. Sinto falta disso atualmente e sei que cada momento tem seu destaque mas...cadê a fúria das músicas? Não falo isso no sentido negativo da coisa e sim no sentido de se indignar! De manifestar o incomodo musicalmente e atingir muita gente. Tá tudo muito "bonitinho". Não vou ficar explicando linha por linha deste pensamento, pois acredito que vocês entenderam o que quis dizer.
Estou sentindo falta daquela mágica visceral de ouvir um som e dizer: CARA! QUE SOM! e colocar do repeat mil vezes e pensar em cada palavra da letra e aquilo fazer sentido. Foi o que senti quando assisti Matrix e ao fim tocou "Wake Up" do Rage. Mágica!
Tem muita banda boa por aí, eu sei. Mas, com fúria, ainda não ouvi. E é disso que estou sentindo falta. Não é à toa que váaaaarias bandas estão voltando. É um apelo para que aquela energia volte, não acham? Um diagnóstico do tempo.
Camila K. Ferreira
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