O fato é que nós estamos precisando com urgência nos conectarmos com algo. Precisamos o quanto antes encontrar um meio de estarmos ancorados e com os dois pés no chão de uma forma tal que a felicidade se rasgue no meio dos homens e tudo ao redor queira se lançar para dentro de nós, profundamente.
Há uma necessidade crescente de encontro e permanência; independente de quantas vezes foi preciso haver distância, hoje, agora, queremos ficar cara a cara com nossos reflexos -no espelho e nos olhos de quem nos enxerga- aa vontade nua de estar translúcida dançando sobre nossas verdades.
A vontade latente é a de parir nossas criações mirabolantes e os desejos viscerais, de todas as formas e da forma que eles se fizerem presentes, o que importa é desatar este nó imbecil que se aloja na garganta todas as vezes que queremos mostrar pro mundo o quanto nos sentimos felizes, por medo da inveja, por medo da altivez, por medo da aparência de um provável egoísmo.
Perceba que a felicidade é uma construção a longo prazo onde ninguém ,além de você mesmo, é responsável pela finalização. Uma avalanche de possibilidades nasce no mesmo instante que morre; tudo muito rápido, tudo muito próximo. No mesmo dia em que a chuva cai de manhã cedo e o sol tenta nascer no começo da tarde nós olhamos para nós mesmos e nos achamos fracos e inutilizados, e eu me pergunto se isto não seria a fórmula da felicidade e do descobrimento de si mesmo: estar rodeado de ambiguidades existenciais fazendo a roda da vida completar seu circuito perfeito de forma contestadora.
Ora, afinal não seria a felicidade um constante processo de cair e levantar sem perder a fé de que um dia o equilíbrio se estabelecerá de vez?
Por May Sousa
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