Conheci a poucos dias, o trabalho do francês Jean Jullien, ilustrador e designer gráfico que retrata na maioria de seus trabalhos, o nosso vício em aparelhos celulares, redes sociais, e como as vezes substituímos a interação pela interatividade. A cada desenho, fui fazendo uma autoanálise / autocrítica sobre como tenho agido e mantido hábitos que nem percebo. E você? Não é fácil olhar para nós mesmos de fora, mas vale a pena quando isso acontece e nos damos conta de que alguma coisa mudou e incomodou.
Amizade virtual. Desde o tempo do IRC (Internet Relay Chat) conquistei alguns amigos, amizades que duram até hoje e que se tornaram reais além da tela. Até hoje continuo conhecendo pessoas via internet mas preferiria encontrá-los pessoalmente mais vezes do que converso com eles pelo chat ou whatsapp.
Nunca estamos sozinhos com o celular. Não deixa de ser uma "verdade". Reparei que habitualmente no fim da noite pego o celular e vou passando a tela até pegar no sono. E para que? Poderia pegar um livro ou assistir algo mas preferi o celular. E pela manhã cortei a ação de pegar o celular, decidi que ver a tela de qualquer aplicativo não seria mais meu café da manhã. E sim, o café com leite.
O estranho é quem não está conectado. Se olharmos para o contexto geral, estranhamos mesmo quem não tem email, whatsapp, instagram, facebook, como se fosse uma obrigação. E não é! Facilita o contato? Sim! Mas isso não torna uma necessidade social, ainda é possível acionar alguém batendo na porta da casa da pessoa. Tudo bem, eu ainda saio com fone de ouvido e sem ele me sinto "nua".
Ah os shows! Dá vontade mesmo de registrar tudo. Curtir a apresentação, músicas e performances nos deixa numa atmosfera inacreditável. Não troco isso por nada! Deixei de me preocupar em "provar" que eu estava num show incrível, quero levar comigo a experiência do momento, completamente. Bato uma foto e #partiu para o clímax do momento musical. Lembro que fui no show do Pearl Jam, banda da minha adolescência e que significa muito para mim, tirei algumas fotos e depois só cantei, chorei e curti. Não tenho mais as fotos mas a memória ficará comigo para sempre.
Mesa para um! Esta ilustração que inspirou o título deste texto, me causou aquela sensação "é você nesta imagem". Muitas vezes estou sozinha em algum lugar mas olhando para baixo, para o celular. Quero olhar mais para as pessoas e ambientes, que são fontes de inspiração infindáveis. Quero mesa para todos!
Jean Jullien |
Quis compartilhar essa reflexão aqui com vocês para que avaliemos sempre que possível como estamos cultivando nossas relações. Penso que depois que partirmos desse plano, o que fica mesmo são as boas amizades que aqui fizemos.Quis compartilhar essa reflexão aqui com vocês para que avaliemos sempre que possível como estamos cultivando nossas relações. Penso que depois que partirmos desse plano, o que fica mesmo são as boas amizades que aqui fizemos.
Por Camila K. Ferreira
Por Camila K. Ferreira
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