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Faça chuva ou faça sol, use o que quiser


Quando me apaixonei por moda foi mais uma questão de aprendizado sobre amor-próprio. Passei por um momento de crise existencial, em que, não estava gostando de mim nem por dentro, nem por fora. Ali, com ajuda e amor dos que estavam por perto, venci uma etapa e em seguida, tinha aquela etapa que precisamos vencer sozinhos. 

No fim das contas, tudo tem a ver com trabalhar e impulsionar a criatividade, e era isso que eu precisava para ter uma injeção de ânimo. Uni isso ao trabalho de fotografia artística e quando percebi, estava me divertindo todos os dias ao tentar "criar" combinações do meu guarda-roupa sem precisar comprar mais do que podia. 



Desde então, depois do curso de História da Moda, meu entendimento se expandiu. Estudar sobre o que você gosta, abre perspectivas e faz você entender que, mesmo sendo um tema não tão acessível assim, ele contribui para a construção cultural de um época, de uma geração, de um país e de uma região. 

A gente sabe que a moda não é para unir pessoas, ela foi criada para segregar, diferenciar, mas o que fazemos com isso é o que faz a diferença. Esse mundo encantado da moda para todos não condiz com o que rola lá na alta costura. Antes mesmo de sermos um "átomo", outros homens criaram a roupa por três motivos: pudor, adorno e proteção. 

O pudor, na questão histórica, tem a ver com a história de Adão e Eva. Mas os cientistas e estudiosos, não acreditam neste primeiro motivo e sim no adorno, que tem a ver com a condição humana de se diferenciar dos seus pares. E por fim, a proteção, do frio, do sol, etc. 

Além de cada um ter sua própria essencial, também usamos determinada peça por um motivo pessoal e único, e é aí que entra na parte mais importante, sobre o respeito à mensagem que cada um temos e passamos com nossas vestimentas. Afinal, é uma comunicação não verbal que temos todos os dias por onde passamos. E aqui no Norte, vejo muitos dedos apontando o que muita gente veste. Eu também já apontei o dedo. Mas, dar-se conta de que essa atitude é imbecil, nunca é tarde. 


Em nossa região, mais especificamente na cidade de Macapá, é quente! A sensação térmica as vezes beira os 40º. E aí, que muita gente pensa: neste lugar as pessoas andam quase semi nuas ou com roupas de tecidos leves, vestidos, chapéu e camisetas. Ou até mesmo quem mora aqui, espera esse visual de outras pessoas, tirando o chapéu. Aí mora a ironia. 

Em Macapá e Belém, cidades que passeamos constantemente, não vejo mulheres de chapéu com frequência. Vejo muitos caras de boné. Não usam chapéu porque "aqui não é a Europa", ou, "não somos gringas", são os comentários que ouço. E porque não usar? O chapéu, além de ser um acessório lindo, protege a pele, o cabelo, a cabeça. É até uma questão de saúde! Ok, não é uma cultura de moda. Mas se até agora você não tinha coragem, por favor, acabe com esse preconceito e se joga! 



Tem gente de moletom nas ruas do Norte! Parou para pensar que é para proteger a pele dos raios UVB? Muitos trabalhadores passam o dia na rua, circulando com a pele exposta, correndo o risco de ter uma queimadura de 1º grau. Moletom, blusas de manga comprida, blazers e ternos, por favor! Proteja sua pele, mesmo que para isso, haja um sacrifício bem calorento. 


Atenção, os fiscais do estilo norte detectaram mulheres de salto alto nas ruas de péssimo estado, em Macapá. Tem gente que gosta, tem alguns locais que exigem isso (é dureza mesmo) mas e quando você está afim de sair linda e elegante? Qual o problema nisso? Nenhum! Aliás, meu truque é: sapatilha para pegar o ônibus, levo o salto numa sacola e voilà! 

Choveu? Sinto muito frio! Sinto frio no ar condicionado também. E quem não sente, tudo bem. Prefiro estar sempre confortável com o clima. Sinceramente não me ligo em quais peças seriam mais apropriadas para a região Norte, o que vale para mim, é o que me deixa confortável e de bem comigo. Vale aquela jaqueta de couro sintético ou jaqueta jeans. Deu calor, tira né? Que limitação medíocre dizer o que se deve ou não usar em cada região. É algo natural, por isso, existe a cultura de moda. O comportamento das pessoas define o que é mais usual, nem todos se encaixam ou gostam. 


Usar preto no sol quente. Oh céus! Amo roupa preta! Apesar de estar numa vibe colorida (estimula a criatividade, fique sabendo) e não é um clima, uma pessoa ou a região que moro que vai definir o que devo usar, e sim, meu estado de espirito. Portanto, faça chuva ou sol, use o que quiser! 

Fotos: Pinterest

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