In Entrevista

Mário Melanin - arte como liberdade de expressão e representatividade


Conheci o Mário na internet, via instagram, e de cara me impressionei com o trabalho dele. Aliás, a internet proporciona sempre estas conexões incríveis. Claro que fui tietar como fã e agora aproveito para entrevista-lo. O nome artistico ele mesmo diz e define: "Mário Fernando é meu nome onde a burocracia manda, me chamo Mario Melanin, eu sou um mago visual, e minha magia é a imagem, com ela transformo a visulalidade dx negrx (visualidade é como algo é apresentado/representado). Com isso ajudo  pessoas a se enxergarem sem que seja de forma esteriotipada e assim criar representatividade" 


Nesta entrevista você pode se encantar com a arte e com as ideias deste talentoso artista. Confira! 

Espia: Como você define seu trabalho atualmente e o que mudou do inicio para o agora?

Mário: Eu diria que ele é bonito e político, na verdade foi alguém que disse isso pra mim e foi o melhor elogio que ganhei até então. Durante a minha jornada artística passei a me questionar sobre o espaço do negro na arte, das representações e o porque eu não conhecia quase nenhum artista negro, então comecei a ir atrás desses artistas. A partir dessas referências comecei a perceber que eu ajudaria muito se desenhasse mais personagens negros. Parece algo simples mas faz uma diferença tremenda na vida das pessoas, daí passei a ter contato com muito outros artistas negros além do meu público ser majoritariamente de negros de todo o Brasil.


Espia: O que influencia diretamente suas criações?

Mário: Bem, essas pessoas que me seguem no Instagram, procuro manter contato com a maioria. São elas que me inspiram, através de seus relatos e das minhas vivências também, depois disso eu sempre procuro algum respaldo intelectual, como Frantz Fanon, Angela Davis, entre outros.

Espia: O que você espera do cenário artístico amapaense e ainda não sentiu que aconteceu?

Mário: Atualmente eu moro em Belém, eu acho que se alguém em Macapá quer viver apenas de arte (que não seja professor de arte ou qualquer outro trabalho ligado ao governo) a primeira coisa a se fazer é sair de Macapá, parece radical, mas todo artista que conheço em Macapá sabe que isso é verdade. Em Macapá até o acesso a alguns matérias é difícil. Eu ainda não consigo viver financeiramente só da minha arte mas tenho uma renda muito maior de quando morava em Macapá. Aí tem ótimos artistas, infelizmente a cidade não contribui, seja pelo fator geográfico ou pelo cultural.

Espia: Quais os temas que você aborda nos seus desenhos e porque?

Mário: O que eu abordo são questões sobre negritude, racismo, representantatividade, acho que qualquer informação sobre o tema por mais óbvio que seja tem que se dita é dita muitas vezes, o que eu quero é que as pessoas se identifiquem, reflitam, e que se inspirem a fazer o mesmo

Espia: Um recado para quem ainda está timido ou tem medo de expor os trabalhos, com medo de não ser respeitado.

Mário: Tem muita gente que tem medo de mostrar seu trabalho por não saber desenhar, pra mim desenhar é criar imagem. Se você cria uma imagem e consegue passar a informação que você quer, isso é um bom desempenho. Faz do jeito que você sabe, mas faz!.

Espia mais dos trabalhos do Mário aqui: @mariomelanin e na página do Facebook @mariomelaninart

Por Camila K. Ferreira 

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