In cinema

Sociedade dos Poetas Mortos


Valorizo muito a forma como fui apresentada a certos filmes e valorizo ainda mais a forma como eles afetaram positivamente minha vida, trazendo conhecimento e perspectivas além da minha realidade.

Nos anos 90/2000, as fitas VHS já estavam no fim, e o dvd estava no auge, e havia uma locadora perto de casa, que, para minha sorte, a dona sempre me indicava excelentes filmes. Geralmente alugava 3 ou 4, e uma pena que na segunda-feira, sempre tinha que devolver algum que não tinha assistido (revolta). 

Num final de semana daquela fase, levei para casa o filme "Sociedade dos Poetas Mortos". Sabia que era com Robin Williams e atores bem jovens que fariam sucesso mais tarde. 

Basicamente o filme começa com alunos numa escola tradicional com todos aqueles costumes engessados que o cinema retrata muito bem e que são a mais pura realidade. E cada personagem mostra uma fase da vida não só de garotos, acredito que seja bem abrangente, como cada um sente diversas situações do cotidiano: o pai que não dá amor, apenas bens materiais, o pai opressor e a mãe conivente por questões sociais, o filho que quer seguir por um caminho mas sente as algemas da pressão dos pais e aquele que tem uma explosão dentro de sí, porém, precisa daquele impulso chave. 

Esse impulso chave é o professor John Keating, papel de Williams. Nunca vou esquecer a leitura com uma frase : "Meu Capitão, Meu Capitão!"  Era de um poema de Walt Whitman (pesquisei ainda pouco para falar aqui para vocês) a respeito de Abraham Lincoln. E toda a explicação sobre Carpe Diem – Aproveite o dia. 


Ainda tinha pouco acesso a literatura, poesias e ali foi um "start" para que eu mergulhasse neste mundo cheio de respostas para nossas angustias e sensações mais absurdas. Chorei horrores e fiquei pensando em todo o filme por dias. Não sei bem o que aconteceu, mas aconteceu aquele momento mágico que uma obra te toca tão profundamente que dá para sentir a mudança. 

No dia seguinte, quis compartilhar sobre o filme com todos os meus amigos na faculdade. Guardei o poema até o fim do semestre, escrito na capa do caderno, para lembrar que aquele filme tinha me mostrado a emoção da poesia, e desde então criei um blog com meus próprios poemas/desabafos onde jogava tudo o que sentia/sinto em momentos de catarse e fúria, o Paralelos do Cotidiano.


Hoje me sinto mais calma e com o mesmo amor pela poesia que é a melhor das conselheiras. 

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