Esta semana, li um artigo que falava da falta dos filmes de comédia romântica pastelão que fizeram tanto sucesso nos anos 80/90. E aquilo fez muito sentido para mim. Me senti órfã quando as séries que eu amava ver e rever chegaram ao fim, e sempre que quero ver um filme para animar meu humor, procuro justamente as comédias que assisti mais de mil vezes.
Vemos muitos filmes de super-heróis e de acordo com matéria do G1, ano passado só um filme entrou pro ranking dos mais assistidos no mundo: "O bebê de Bridget Jones", 39º colocado. Não tive quase nenhum interesse em assisti-lo.
O contexto social também mudou. As mulheres querem outros exemplos nas grandes telas, e as mocinhas retratadas de outrora não inspiram mais. Há dez anos, o ranking de 2006 era: “O amor não tira férias” (18º), “Separados pelo casamento” (19º), “Dois é bom, três é demais” (42º) e “Armações do amor” (43º).
Assisti "O amor não tira férias" no cinema, chorei, ri e vibrei, e "Separados pelo casamento", assisti umas 30 vezes, e em todas, fico indignada e depois satisfeita com a retomada de vida da eterna Rachel (Jennifer Aniston)! Os outros não vi, porém, vou procurar porque estou sentindo muita falta de filmes desse gênero.
Mas olhem só o que a produtora do filme “Como perder um homem em 10 dias” disse para o jornal americano The Hoollywood Reporter: "Não vejo nos estúdios qualquer apetite para comédias românticas."
Chorei.
Alguns especialistas em cinema tem teorias sobre essa queda de produção das C.R:
- Os estúdios não estão mais interessados em filmes de médio orçamento – e aí incluem-se as comédias românticas –, já que os cinemas estão dominados por superproduções de super-heróis;
- As adaptações de livros em sagas como “Crepúsculo” e “Jogos vorazes” dominaram o interesse do público feminino no cinema;
- Hollywood é machista e nunca deu o devido valor a filmes estrelados por mulheres, e isso deu mais um empurrãozinho no gênero rumo ao precipício
- É cada vez mais difícil encontrar obstáculos para a concretização de um romance – diferenças entre classes sociais, desaprovação da família e compromisso com terceiros são dramas do passado –, por isso os roteiros do gênero teriam se esgotado;
O que vocês acham?
Tudo bem que o público atualmente quer ver mulheres fortes, firmes e sem correr atrás de homem nenhum até o final mágico tipo "Maria do Bairro", mas será que os estúdios estão preguiçosos ao ponto de não criar personagens com tais características? O romance não é apenas baseado em uma mulher que está à procura do homem perfeito. Vamos enviar energia positiva para a cabeça dos diretores hollywoodianos e torcer pela criatividade.
Aliás, já viram "Do que as mulheres gostam"? Esse filme é um estranho no ninho, lá tem uma mulher firme, bem sucedida, linda e inteligente, estrelado por Helen Hunt e Mel Gibson. Não lembro dele ter explodido na época em que foi lançado (anos 2000). E vejam só! Já tinha diretor apostando neste novo perfil de comédia romântica. Parece que não vingou na época, mas o filme é muito divertido. Recomendo!
Mas estou aqui só para este desabafo e pedir mais comédias românticas sim! Afinal, falar de amor sempre rende tanto para o cinema quanto para a vida. Não me digam que não suspiraram com "Uma linda mulher", "10 coisas que eu odeio em você", "Ela é demais", "Enquanto você dormia"? Sim, sou fanzoca mesmo!
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