Chega um período na vida, que não se sabe se vai ser longo, muito menos se vai ser breve; um tempo de dedicação para si mesmo em que só precisamos de aquietação.
Não posso definir isso como uma sentença e escrever como se fosse lei, mas, acho muito provável que a maioria vocês, em algum momento da vida, tenham preferido manter o que já tem do que arriscar conquistar coisas novas; e esse é um momento preciosíssimo para se viver.
É quando as relações que temos basta e não sentimos vontade de correr atrás de multidões. É quando a faculdade tá acabando e tu nem tem noção do que vai fazer, porém, segue em frente, com confiança ou não; só segue. É estar na frente do espelho e ver tudo indo mais ou menos e mesmo assim se sentir completo com a vagareza das coisas. É quando o fim do mês chega e você tem pouco dinheiro mas mesmo assim se sente grato pelo que tem. É se sentir suficiente! Suficiência essa, que todo dia você almeja ao acordar e colocar o corpo no mundo pra viver e existir mais um vez.
Esse período talvez seja uma etapa preparatória para um descanso maior (ou não), um espaço ermo dentro de nós mesmos, um canto de sossego, não um sossegar de fim da jornada, porém, um sossego na vida. Momento de parar onde estamos e contemplar as realizações e frustrações e morar quietinho no meio delas. Sim! Morar no meio, sem precisar escolher em definitivo.
Estar livre dentro de si e se sentir prazerosa ou dolorosamente bem; estar confortável, apenas.
Esse tempo mediano da vida, ao contrário do que nos contam, não é o fim e nem o processo, esse momento é o percurso. É linear e real. Nossa vida é única e feita sob medida (inclusive os fardos pesadíssimos) não existe nada que nos vença por completo, no máximo teremos feridas expostas, e isso não é o fim porque toda ferida um dia encontra cura. Tudo vive dentro e subsiste dentro, somos nosso próprio tempo e era, quietos ou acelerados seremos realizados de acordo com a disposição do nosso equilíbrio (e, a queda faz parte do processo de equilibrar, viu!?).
Se você, assim como eu, está nesse processo de contemplação e não se sente confortável agregando coisas ou pessoas na sua vida, além daquilo que já tem, tenho uma verdade (não absoluta, claro!) para lhe dedicar: isso é completamente normal, não sofra por estar contemplando e planejando. Somos todos um grande resultado dos períodos bem aproveitados da vida, aproveite o seu (no seu tempo, no seu fôlego).
Por May Sousa
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