Vamos direto ao ponto?
Vamos ser curt@s e gross@s? Então vamos.
Você mulher que ouve
piadinha sexista há anos, que nunca viu problema nisso e ainda dá corda ou
abertura para a pessoa continuar falando todos os dias quando te encontra; você
que nem percebe que coisas desse tipo acontecem com você e com as pessoas à sua
volta porque você acha “normal”; você que acha que não tem nada demais ficar
ouvindo coisas desse tipo;
ACORDA MULHER!!! Tem
tudo demais!
Não tem que ter medo de
ficar com fama de “a chata”. E se ficar, melhor ainda! Porque assim ninguém
mais vai vir te cumprimentar como você fosse uma pessoa muito próxima a quem ele
não via há anos. Ou vai dizer que os seus coleguinhas nunca te cumprimentaram
como se estivessem “se esfregando” em você? Já reparou que esses coleguinhas
não cumprimentam os seus coleguinhas homens desse jeito? Ou você acha que não
tem nada demais isso também?
SE TOCA MULHER!!! Tem
tudo demais sim!
Não tem que ter medo de
falar, de se impor, de protestar, de discutir, de brigar. A gente precisa parar
de sexualizar toda e qualquer conversa, toda a e qualquer abordagem, todo e
qualquer cumprimento. Será que é tão difícil assim encontrar uma pessoa pelos
corredores do trabalho e apenas dizer “olá, boa tarde Fulana, como vai?”. Sem
qualquer coisa do tipo “olá, boa tarde Fulana, tudo em cima? Ou seu negócio é
ficar por baixo mesmo?!” Percebeu a diferença? Ou você acha que não tem nada
demais isso também?
SE LIGA MULHER!!! Tem
tudo demais sim!
Percebem como é vulgar,
degradante, desestimulante, humilhante, degenerador da figura feminina? E o
comentário aqui serve pra mulher, pra homem homossexual, pra transgêneros
femininos – é a figura feminina que é prejudicada e menosprezada. Como se não
bastassem todos os estereótipos atribuídos à figura feminina. Todo mundo
conhece esses estereótipos né: é burra? Ah, tá explicado – é porque é mulher; não
sabe dirigir? Ah, tá explicado – é porque mulher; não entende de futebol? Ah tá
explicado – é porque é mulher. Pode até ser piada, mas esconde um viés de
menosprezo.
E existe uma situação
que é ainda mais grave – quando é a própria vítima da agressão que profere as
piadinhas! A gente precisa entender que o fio divisor do limite entre uma
piadinha erotizada e uma agressão sexual física é muito fino. Porque o agressor
vai sempre dizer: ah, mas foi ela que deu abertura! Ela vivia dizendo piadinhas
eróticas pra mim!
Entendeu agora? É por
comportamentos desse tipo que surgem decisões judiciais anacrônicas como aquela
que entendeu que o fato de um homem ejacular no pescoço de uma mulher não
configura constrangimento.
E ainda tem gente que acha
um absurdo aquela criança ser levada a uma exposição de artes e tocar nos pés
de um homem nu! É, a criança tocou no pé do artista. Você achou que foi onde?
No pênis? Mas fazer piadinha de sacanagem pode.
Vamos ser mais coerentes?!
Então vamos.
Por Maria Beira Rio
à pedido da autora, o texto foi assinado com pseudônimo por receio de possíveis represálias dos "piadistas"
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