Falar de bom senso é perigoso, porque nunca sabemos o que de fato é esse conceito de equilíbrio. Os significados variam, mas, todos convergem para um só termo: sensatez. Estive muito preocupada com o bom senso por muitos anos, me preocupei com os amigos, com o namorado da época, com a escola, com a faculdade, em dar atenção à família, pagar as contas, ufa! E a cada mudança que passei, meus conceitos foram se transformando. Ainda bem!
Mudar, pensar fora da caixa é vital. Pena que levamos um tempo para perceber isso na maioria dos casos. Me prendi por um período na minha caixa cheia de conceitos, idéias, opiniões e olha só, estas mesmas coisas, encaro de uma forma totalmente diferente hoje e provavelmente enxergarei tudo diferente amanhã. E isso não se trata de ser uma pessoa volúvel, indecisa ou imprecisa, trata-se de aceitar que a nossa verdade hoje, não será a mesma amanhã. E este "amanhã" pode ser no tempo presente ou no futuro inimaginável.
Quando me deparei com as lembranças de quem eu era, vi radicalismos e leis internas que sinceramente, se pudesse me encontrar no passado, diria à mim mesma: "Mana, apenas relaxe". E eu achava que tinha bom senso!
Essa viagem no tempo para frente é tão necessária quanto nossa respiração. É dela que podemos fazer uma autocrítica sobre ser, ter, pensar e desmistificar. Essa bagagem que vem conosco não pode ser jogada fora mas podemos reciclar muita coisa. Mudar um hábito, um pensamento sobre determinado assunto ou posicionamentos não invalida o que você disse ou como agiu anteriormente. Ninguém tem poder para isso!
Mania horrível que temos de invalidar opiniões e atitudes de alguém porque este alguém tornou-se diferente. Falo por mim também, já fiz isso e quando percebo, avalio o quanto fui tola mas não me crucifico, afinal, pensar diferente não é motivo para punições. O difícil é encarar aquele que pensa/age de forma extremista. O que é extremo está totalmente desprovido de bom senso, razoabilidade. E o que temos buscado esse tempo todo? Paz? Igualdade? União? Tudo isso! Acredito que o extremismo tira uma parte boa de nós, e convence nossa mente à cravar um escudo surdo sobre novas idéias.
O bom senso não tem casa, não está ligado à determinada pessoa ou país. Não sei se é uma característica. Um exercício, talvez? Se for, a prática leva ao desenrolar das coisas. E não é isso que queremos? Respeito!
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