In Cotidiano

Pelo direito de sentir


Todo mundo sabe ou tem noção: o mundo está um caos. Nós estamos submersos entre informações, absurdos, guerras, natureza e conflitos sobre o que devemos ou não fazer. 

Todo dia acordamos e nos deparamos com situações diversas, sentimentos, pensamentos e inúmeras reflexões de como nos tornar pessoas melhores. É um exercício, daqueles...eternos! 

Diante disso, sentimos necessidade de procurar algum tipo de paz. Algo que acalme os ânimos, que contenha os nossos impulsos. Já senti essa necessidade, aliás, sinto o tempo todo. Preciso me acalmar por causa da rotina e as mil coisas que vivencio no dia a dia. E isso cada um absorve de forma diferente. 

Houve uma época da minha vida, que, procurei de forma equivocada ser "zen", ficar "zen" e tentei árdualmente. Tentei até mesmo ser mais diplomática do que costumo ser para exercitar a tolerância e, de repente, eu não estava sendo eu mesma. Comecei a me condenar por sentir raiva ou querer reivindicar algo que sentia ser o certo para mim no momento. Poli minhas reações, pois queria ficar "zen", queria provar para mim mesma que tais sensações consideradas negativas não faziam mais parte do meu ser. 

E foi aí que parei com tudo! Parei e encarei à mim mesma. Quem eu queria ser afinal? Quem eu estava sendo? Não tinha respostas. Só sabia que não estava sendo eu mesma. Aquela compressão das minhas sensações não estava me fazendo bem. Eu não era e não sou uma pessoa com tanta diplomacia assim e percebi que isso não era um problema! Tudo que tinha aprendido sobre energia, cristais e misticismo não estavam sendo válidos naquele momento porque eu simplesmente não os aproveitei de maneira real. 

Quando entendi o meu momento, ali. Entendi que, sentir raiva, mágoa, indignação era um processo natural para me livrar do que poderia virar uma toxina emocional no meu corpo e na minha mente. E me dei conta de que essa regra que criei para mim mesma era apenas mais uma maneira de amordaçar o que sinto. 

E isso não queria dizer que eu sairia por ai cuspindo fogo, óóh dragãozinho, estava apenas me permitindo sentir todo tipo de sensações que o corpo e a mente nos permitem sentir. E tais sentimentos fazem parte da nossa natureza humana! Então, porque negar isso? Porque não falar um palavrão quando está afim de falar? Porque não falar quando você precisa desabafar? Claro, a empatia nestes casos é bem difícil de conciliar mas é possível. Só nós podemos controlar qual o tipo de clima vem por aí em nosso corpo. Só nós podemos controlar tempestades e raios. Algumas vezes é um exagero, outras é aquela garoa, porém é natural! 

Somos animais racionais por um motivo, porque conseguimos equilibrar (sei que as vezes não), mas ainda sim, temos uma gama de sensações e sentimentos que correm pelo corpo, que temos o direito de sentir. Cada um do seu jeito, mas, parar de sentir ou fingir que não sente, é mais um jeito de mentir para si mesmo. 

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