Sim, são coisas completamente diferentes, mas sempre confundidas. Há muito tempo mulheres tiveram que esconder seus desejos, por medo do julgamento social. Hoje, com um pouco mais de espaço para a sua voz, a mulher ainda sofre em se fazer entender nas questões sexuais.
A maioria das mulheres não sabia o que seria o prazer sexual. Seja por religião, cultura, entre outros fatores, o sexo era um tabu. Poucos dominavam a arte do prazer, e esses mesmos sempre tiveram o poder nas mãos (e em outras partes também).
Agora, com manifestações de liberdade de pensamento, podemos debater mais abertamente sobre assuntos voltados à sexualidade humana. O problema é que mesmo com toda tecnologia, com mudanças culturais, uma coisa ainda permanece arraigada no mundo: julgamento moral.
A vida e liberdade sexual ou não de uma pessoa, se mistura à sua vida social, assim dita o mundo desde que ele é mundo, mas este pensamento está longe de acompanhar os avanços que conseguimos em outros setores.
Ainda é difícil ser mulher. A falta de respeito pelo indivíduo é completamente explícita quando a mulher assume o papel de que gosta de sexo, de ser sensual e que não tem receio de conversar sobre o assunto. Ela é julgada como fácil, como vulgar, como uma pessoa que deve ser marginalizada. Uma pessoa que "não é pra casar".
Nisso, o assédio, estupro, machismo, são vistos como resposta natural para "mulheres com esse tipo de pensamento/comportamento" e acaba sendo aceito e justificado. Se tornam até justos para os mais radicais.
Um dos exemplos mais nítidos que passei um tempo vivendo, foi o assédio por sempre expor de forma livre questões como o sexo em redes sociais. Isso nada tem a ver em dar liberdade para que qualquer homem ache que tenha o direito de invadir a sua liberdade de escolha ou ser desrespeitoso. E tão pouco tem a ver com quantidade de parceiros, debater sobre assuntos como orgasmo, satisfação sexual e tudo mais.
"Mulher vulgar não precisa de respeito, pois não se dá o respeito", "Não dá pra casar com essas mulheres que vivem por aí bêbadas nas festas", "aquela mulher já ficou com todos os meus amigos, porque não vai ficar comigo também?"
E se eu der pra todo mundo e não quiser dar pra você, e aí? Você apenas se deu mal, mano. Aqui entra a liberdade de escolha, e muitos homens se acham no direito de ter sua vez com mulheres livres, porque elas são livres, mas não levam em consideração o direito de escolha delas e o respeito que devem ter com as decisões delas.
Sei que isso faz com que muitas mulheres ainda escondam seus anseios sexuais e isso é ruim pra todo mundo, pra todo mundo que transa! Relacionamentos sadios são feitos quando as duas partes estão satisfeitas e não apenas uma. Aí vira sadismo.
Que fique o pensamento para que homens sejam mais receptivos aos pensamentos e fantasias femininas, sem julgá-las fáceis ou vulgares, assim como mulheres também devem parar com esse julgamento. É coragem. São apenas pessoas que estão buscando o autoconhecimento e o prazer que isso proporciona.
Por Bruna Cereja, amapaense, publicitária, @grandeslabias
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