In Cotidiano

Baixa a guarda, garota!

Nunca vi e nem ouço falar que amizade nova é ruim para as amizades velhas. Nunca me passou pela cabeça que há males em conseguir novos amigos pra ter mais gente feliz por perto. Mas tem gente que se apega nisso e esquece que o mundo é cheio de possibilidades. Eu fui uma dessas pessoas. Ufa! FUI. 

Fui e não me envergonho de ter sido, porque eu achava que meu círculo estava completo, cheio de gente que eu amava e EU era leal, e ponto. Isso me bastava! Ora, ora! Parece que eu estava enganada, não é mesmo?! Existiu um tempo em que eu repetia “não vai existir ninguém como você na minha vida”. E eu me fiz acreditar, até levar a primeira lapada na rachada (HAHAHAHA!).

 Você leva um tombo numa amizade, chora, se descabela, junta os cacos e sai andando, como se nada tivesse acontecido. Fiz isso inúmeras vezes, que nem namoro de portão. Se renovar e perdoar a si mesmo faz parte do jogo. E pra você se entregar a um novo relacionamento, seja de amizade, namoro, casamento, você tem que ir inteiramente livre e aberto à realidade que não é a sua. Baixar a guarda é uma coisa que pouca gente faz. 


Uns não fazem por gostarem de se manterem enfiados na sua zona de conforto, outros por medo de mudança e alguns porque têm frescurite, mesmo. Baixar a guarda é aceitar que amigo é diferente, que amigo tem uma vida unicamente dele, mas que amizade é reciprocidade, SIM. Amizade é contar e não contar o tempo todo como está o seu dia, como não está o seu humor.

 Baixar a guarda é aceitar que aquela pessoa, que todos falaram que era “ranzinza”, é uma excelente companhia pra uma tarde de risadas. Baixar a guarda é querer dar um abraço em alguém que você “detestava”, só porque todo mundo achava que essa pessoa não seria uma boa no seu círculo de amigos. 

Baixar a guarda é aumentar seu ciclo de amores amigos. Baixar a guarda é deixar de lado as diferenças e ver que TODO MUNDO tem algo em comum. E é a coisa mais maravilhosa do mundo ter algo em comum com alguém que você ta aprendendo a gostar. E aprender a gostar é gostoso demais. Ter novos amigos é como se fosse um flerte.

 É como se você tivesse conquistando alguém, sendo reconquistada novamente. Meu Deus, que sensação boa é ter amigos novos. Eu me empolgo logo e já mostro meu lado emocional, meu lado bruta, meu lado do avesso. E se seus antigos amigos entendem que você está feliz com gente nova ao redor, é porque eles merecem cada pedacinho da sua consideração. Lógico que temos o nosso lado possessivo.

 Aquele ciuminho bobo que aparece. “ah, agora ela só quer saber de andar com a Andreia”. Mas sabia que é legal você, do nada, de boas, sair com a sua amiga e a Andreia?! Pra ver o que tanto encantou a pessoa que você ama. E, às vezes, descobrir que a Andreia também vai preencher os seus dias de alegria. É isso que as pessoas fazem, quando se permitem: se enchem de alegria com a alegria do outro. E olha a novidade: isso é DE GRAÇA.

 Eu to muito bem servida de novos amigos. E se me “livrei” de amigos antigos (que intitulo “certas pessoas” e não “ex-amigos”), não é porque os novos tomaram conta de algum lugar. É que certas pessoas não me preenchiam, não me bastavam, não me amavam, não me eram leais. E o que procuro não é gente que fique abanando minha fogueira, mas sim alguém que diga que a fogueira pode apagar, às vezes, sim e que não tem problema nenhum nisso. Amigos nos mantêm acesos até apagados.

Por Naiane Feitoza

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